Verso da arte principal

Verso da arte principal

Na poesia, um grande verso de arte consiste em nove ou mais sílabas métricas, em contraste com o verso de arte menor que tem entre duas e oito sílabas.

Os versos de arte maior são os eneasílabos, decasílabos, endecasílabos, dodecasílabos, tridecasílabos, tetradecasílabos, alejandrinos, hexadecasílabos, etc. Letras maiúsculas são usadas para representar o esquema de rima de grandes versos de arte como ABBA - em que o primeiro verso é rimado com o quarto e o segundo verso com o terceiro - ou o esquema do CDCD.

Exemplos

"Soneto amoroso", de Francisco de Quevedo, consiste em versos hendecasilábicos.

Depois de queimar sempre, nunca me consuma;
e depois sempre chorando, sem fim;
depois de tanto caminhar, nunca se canse;
e depois de sempre viver, nunca morrer;

depois de tanto mal, não me arrependo;
depois de tanto engano, para não me decepcionar;
depois de tantas tristezas, para não ser feliz;
e depois de tanta dor, nunca ria;

em tantos labirintos, sem se perder,
nem esqueceram, depois de tanto esquecimento,
Que final feliz você pode me prometer?

Antes de morrer, serei castigado:
Eu não pretendo mais me defender
mas para ser verdadeiramente miserável.

Luis de Góngora y Argote usou o oitavo real, uma estrofe de oito versos hendecasilábicos em "Fábula de Polifemo y Galatea".

VIII

Cabelo preto, undose imitador
das águas escuras de Lethe,
ao vento que a penteia,
voa sem ordem, trava sem vaso sanitário;
uma torrente é sua barba impetuosa,
que (filho severo deste Pirineus)
seu peito inunda, ou tarde, ou mal, ou em vão
Ranhura até dos dedos da mão dele.