Merengue

Merengue

O merengue é a adrenalina da música. Um ritmo rápido e divertido e amigo das festas populares. É a música nacional da República Dominicana, mas foi recebida em outros países da bacia caribenha com grande devoção.

Origem:

Merengue tem raízes na era colonial, mas é a partir da segunda metade do século XIX que começa a se expandir. Primeiro ficou conhecido como música camponesa até começar a chegar aos centros urbanos com a adição do acordeão.

Uma figura chave nessa primeira evolução foi o compositor Francisco "Ñico" Lora. Embora tenha sido identificado como um merengue, também era conhecido como Perico ripiao.

Características:

O padrão rítmico tradicional do merengue é de dois em quatro, embora com as grandes orquestras também seja tocado em quatro por quatro. Como a maioria dos ritmos caribenhos, suas raízes são africanas, mas combina elementos de gêneros europeus da época colonial, como a contradanza. Seus intérpretes têm apresentações diferentes. Pode ser um conjunto de cinco músicos com instrumentos de cordas ou um trio com güira, tambora e acordeão. A versão mais moderna inclui teclados e uma extensa seção de ventos, onde o saxofone é um grande protagonista. As letras em sua versão típica são semelhantes aos dísticos. As grandes orquestras apostam em histórias de amor ou personagens coloridos da cultura popular. Sua dança está concentrada em duas etapas e no movimento do quadril.

Trujillo e o Perico Ripiao:

Como outros ritmos populares, o merengue foi rejeitado pelos defensores da "alta cultura", mas com a ascensão do ditador Rafael Leonidas Trujillo o merengue começou a se popularizar em quase todas as classes. Segundo Sydney Hutchinson, Trujillo queria que o Perico Ripiao fosse o símbolo da República Dominicana.

Com a aceitação lenta apareceram as primeiras figuras. Eles se destacaram Luis Alberti, que levou elementos da Big Band Americana. Com Alberti apareceu a seção de ventos que substituiu o acordeão. De qualquer forma, o papagaio ripiao continuou seu desenvolvimento separado da merengue da orquestra, que era o estilo que cruzava fronteiras.

A orquestra merengue:

Desde 1950, o merengue com orquestras semelhantes à Big Band foi aceito pela maioria das linhas da sociedade dominicana. Com a migração dos dominicanos para Nova York nos anos 60, o ritmo pegou outras influências que levaram ao surgimento de figuras como Joseito Mateo, Alberto Beltrán, Vinicio Franco, Francis Santana e Frank Cruz. A partir desse momento são temas clássicos como Compadre Pedro Juan, O preto de Batey e Cana Brava.

A idade de ouro:

Nos anos 70, o merengue explodiu para sempre. Foi um ritmo explosivo, extremamente dançante e sinônimo de uma festa prolongada. Surgiu Johnny Ventura que manteve o estilo clássico das orquestras, mas acrescentou uma dose de humor. No final dessa década a terra foi plantada para que o merengue ocupasse o lugar da salsa na música tropical. Personagens como Wilfrido Vargas, Fernando Villalona, Sergio Vargas, A patrulha 15 e os irmãos Rosario contaminaram todo o continente com um ritmo moderno, influenciado pelas baladas rock, discoteca e romântica.

Assuntos como o jardineiro de Wilfrido Vargas se tornaram clássicos instantâneos. Intérpretes femininos também apareceu como As meninas de lata e Milly Quezada.

Novos arranjos:

Com merengue no topo das paradas em vários países vieram os arranjadores que acrescentariam mais elementos para torná-lo mais universal. Um dos mais destacados desde 1990 é Juan Luis Guerra, um músico educado na escola clássica que também combinou com bachata e salsa. Outros produtores que se destacam Chichi Peralta, Luis Díaz e Víctor Víctor.

O toque urbano:

Os filhos dos imigrantes em Nova York deram um novo ar ao gênero com o merengue do hip hop do final dos anos 90 e início dos anos 2000. Grupos como Projeto Um, Ilegal, Sandy e Papo, Rikarena e Fulanito são alguns dos atos que incluíram o rap e o inglês usado nas músicas.

O estilo caiu até que ressurgiu no final dos anos 2000, quando artistas como Omega e El Cata voltaram ao som dos anos oitenta, mas com os arranjos eletrônicos do momento.

Artistas recomendados:

  • Joseito Mateo (Escuta O preto de Batey)
  • Johnny Ventura (Ouça Bife)
  • Wilfrido Vargas (escute o louco e a lua)
  • Juan Luis Guerra (Ouça o Niagara de bicicleta)
  • Toño Rosario (Ouça Resistiré)
  • Fulanito (Ouça Guallando)
  • Omega (escute você se quiser)